O transporte coletivo de Araçatuba parou na manhã desta segunda-feira (14), quando motoristas da TUA (Transportes Urbanos Araçatuba) suspenderam a circulação dos ônibus por cerca de duas horas. A paralisação, articulada pelo Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários, começou por volta das 10h e só terminou ao meio-dia, após uma negociação entre os motoristas e representantes da empresa.
Segundo informações apuradas, o motivo da paralisação foi o pagamento parcial dos salários de abril. Um representante da TUA afirmou que a empresa enfrenta dificuldades financeiras e não tem dinheiro suficiente para abastecer os veículos ou quitar a folha salarial de forma integral. A expectativa é que o restante do pagamento seja feito ainda hoje. No entanto, a partir desta terça-feira (15), a empresa afirma não ter mais recursos para manter a frota nas ruas, a não ser que receba novo repasse da Prefeitura.
O último pagamento da Prefeitura à TUA foi realizado em março. Desde então, a empresa afirma não ter recebido nenhum valor adicional, o que comprometeu a operação. Para contornar o problema, uma parceria entre a Prefeitura e a Câmara Municipal foi anunciada no início de abril. Pelo acordo, a Câmara vai antecipar R$ 150 mil mensais de sua devolução orçamentária (o chamado duodécimo) até o fim do ano, e a Prefeitura vai complementar com mais R$ 300 mil, totalizando R$ 450 mil mensais de subvenção à empresa.
Antes, a TUA recebia R$ 200 mil por mês da Prefeitura, mas alegava que o valor não era suficiente para manter os serviços, já que a arrecadação com passagens também não cobre os custos. A empresa havia solicitado R$ 485 mil de repasse mensal, mas a Prefeitura, alegando limite orçamentário, ofereceu R$ 300 mil. Com a ajuda da Câmara, a proposta chegou a um valor próximo ao solicitado.
A concessionária aceitou a nova proposta. Segundo o secretário de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Júlio César dos Santos, a empresa se comprometeu a não aumentar o valor da passagem, atualmente em R$ 5,30, além de oferecer linhas gratuitas aos domingos e feriados e estudar novas rotas para ampliar o atendimento em todos os bairros da cidade.
O projeto que autoriza o novo valor de subvenção já foi encaminhado à Câmara. A empresa, por sua vez, deverá prestar contas mensalmente sobre a utilização do recurso. Caso contrário, o dinheiro será devolvido aos cofres públicos.
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